quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nulo Justo

Ana Andrade

No princípio da noite de ontem Académica e FC Porto defrontaram-se no Estádio Municipal de Coimbra, numa partida referente a segunda jornada da fase de grupos, grupo A, da terceira fase da Taça da Liga. O resultado final foi um empate a 0.
Por motivos académicos não me foi possível assistir ao jogo, portanto não tenho como fazer, como habitualmente, a minha própria crónica, como tal, decidi recorrer à crónica do OJOGO ONLINE.

“Nenhum está apurado ainda e é muito bem feito...
HUGO SOUSA

Bem espremida, a conclusão é muito simples: Académica e FC Porto continuam a depender da última jornada para carimbarem a presença nas meias-finais da Taça da Liga, já que nenhum dos dois conseguiu capitalizar o empate no outro jogo do grupo. Dito isto, que é do mais objectivo que há, sobra um esforçadíssimo
Exercício de criatividade para explicar o resto: o jogo propriamente dito. Melhor ainda: o jogo que não houve, ou que terá havido a espaços. Pobre, pobre, pobre. Diria mais, porque nunca é demais dizê-lo: pobre. Com outra consistência, porque André Villas-Boas só tirou quatro peças ao esquema habitual, a
Académica teve as melhores oportunidades, é verdade, mas do músculo de Tiero e da rapidez de Sougou resultaram apenas fogachos que foram esbarrando na atenção de Nuno. Primeiro resumo: o que faziam os academistas era muito, na comparação directa com o FC Porto, sem deixar de ser pouco. Parece confuso, mas não é. Basta fixar a parte final: faziam pouco.

Da pobreza da exibição portista resulta uma análise mais rica. À falta de melhor, fica explicado por que razão são estes os jogadores menos utilizados. A carapuça pode até nem servir a todos na mesma medida, mas, no geral, houve uma preocupante falta de estímulo que não bate certo com a necessidade de mostrar serviço. Jesualdo Ferreira mudou muito? Mudou, sim. Manteve o esquema tradicional, o que o obrigou a forçar algumas adaptações. Dois exemplos:
Valeri foi um extremo improvisado; Fucile voltou ao lado esquerdo da defesa. Agora, vejamos a coisa por outro ângulo: Miguel Lopes é, e continuou a ser, defesa-direito; Prediger é, e continuou a ser, trinco; Guarín esteve onde costuma estar quando joga. Ou seja: as adaptações e as alterações servem de atenuante sem explicar tudo. Faltou músculo, garra, atitude e capacidade de pressão a uma equipa que tinha uma excelente oportunidade para provar que Jesualdo podia abrir excepções ao núcleo duro do costume. Sim, Mariano acordava de vez em quando, assim como Tomás Costa; sim, Farías procurava jogo; sim, Nuno André Coelho mostrava raça a espaços. Excepções à regra de uma apatia generalizada. Aliás, o primeiro remate do FC Porto surgiu pouco antes do intervalo. Obra e graça de Prediger, que viria a amuar pouco depois com a substituição.

Um bocadinho mais mexida a segunda parte, outra vez com a Académica a puxar, ainda que André Villas-Boas não tenha sido muito feliz nas substituições. Percebem-se numa dinâmica de poupança, mas não resultaram. Do outro lado, e apesar de Prediger não ter gostado de sair, a entrada de Orlando Sá foi benéfica pelas consequências no desenho: Tomás Costa recuou, Mariano fechou à direita, Guarín manteve-se à esquerda e Valeri garantiu um espaço mais central, ficando Farías e Orlando Sá a dividir a área. Sérgio Oliveira e Yero entraram depois, pertencendo mesmo ao primeiro a melhor oportunidade do FC Porto no jogo.
Quase única. Do lado da Académica foi Sougou, o perigo do costume, a reforçar a candidatura de Nuno a figura, à custa de algumas intervenções que evitaram o golo. O zero esticou-se até ao fim - e é muito bem feito. As duas equipas adiaram, assim, a decisão sobre quem passa às meias-finais: os portistas jogam no Estoril e a Académica em Matosinhos.

A finalizar, o parágrafo que podia ter servido de abertura. Estádio vazio, equipas desfiguradas pela inevitável política de rodagem, sobretudo a do FC Porto,
E uma aplicação muito próxima do zero. Resumindo: senhoras e senhores, bem-vindos à Taça da Liga.”

FROM
www.ojogo.pt/26-14/artigo842489.asp

Sem comentários: