domingo, 10 de março de 2013

Um Estudo Interessante



Ana Andrade


“Cientistas provam de vez que um composto do vinho tinto prolonga a vida e protege da doença
 Ana Gerschenfeld (Jornal Público)
Vinho tinto, amendoins e frutos vermelhos contêm resveratrol nelson garrido .
Os benefícios do resveratrol para a saúde foram questionados durante anos. Agora, o seu mecanismo de acção foi desvendado.
 Quem diria que quando fazemos um brinde com vinho tinto e entoamos o proverbial "saúde!", estamos mesmo a falar literalmente? No entanto, é isso que mostra um novo estudo, publicado hoje na revista Science por David Sinclair, da Universidade Harvard (EUA), e colegas - entre os quais duas portuguesas. Em 2006,
a equipa de Sinclair publicava os primeiros resultados que sugeriam que o resveratrol, composto presente na casca das uvas, nos amendoins e nos frutos
vermelhos, era capaz de prolongar a vida de ratinhos de laboratório. Criou-se então uma empresa, a Sirtris Pharmaceuticals (do grupo GSK), para desenvolver
compostos de acção semelhante à do resveratrol.
Segundo Sinclair e colegas, o resveratrol agia estimulando a actividade de uma proteína, chamada SIRT1 (sirtuína 1). Mas a seguir, houve quem argumentasse
que o resveratrol só agia em presença de compostos sintéticos específicos utilizados nas experiências - ou seja, em condições artificiais. Entretanto,
ao longo dos anos, foi-se acumulando uma massa de resultados que indicavam fortemente que em muitas espécies animais, incluindo a nossa, a SIRT1 protege, por sua vez, o organismo de doenças ligadas ao envelhecimento como o cancro, a Alzheimer, a diabetes. Os ratinhos que tomam resveratrol são relativamente
imunes aos efeitos da obesidade e da velhice - e o composto aumenta a longevidade de leveduras, nemátodos, abelhas, moscas e ratinhos, lembra um comunicado
de Harvard.
Como? Melhorando o desempenho das mitocôndrias, que são as "baterias" das células vivas. Com a idade, elas começam a ter problemas de funcionamento - e
o facto de a SIRT1 as conseguir "recarregar" tem efeitos profundos sobre a saúde. Restava, porém, a questão de saber se o resveratrol estimulava mesmo directamente a SIRT1 e tinha efectivo potencial terapêutico, ou se o seu efeito era uma miragem experimental.
No novo estudo, os cientistas põem fim ao debate. Primeiro, mostram que o resveratrol activa a SIRT1 em presença de moléculas naturalmente produzidas pelas
células vivas. "Descobrimos uma assinatura da activação que se encontra de facto nas células e que não exige qualquer composto sintético", diz Basil Hubbard,
co-autor, citado pelo mesmo comunicado. Em segundo lugar, identificam, na molécula de SIRT1, o local de acção preciso do resveratrol. Para isso, a equipa
testou umas 2000 variantes do gene que comanda o fabrico da SIRT1 pelas células e descobriu uma mutação específica que torna esta proteína completamente
insensível ao resveratrol e a uma série de moléculas semelhantes ainda mais potentes. Basta trocar um único aminoácido num dado local da cadeia molecular
da SIRT1 (os aminoácidos são os "tijolos" de construção das proteínas) para o resveratrol não se conseguir ligar à SIRT1.
A partir daí, os investigadores puderam testar o efeito da mutação em culturas de células. E constataram que, enquanto nas células com uma SRT1 normal, as mitocôndrias eram efectivamente "recarregadas" graças ao resveratrol, nas células com uma SRT1 mutante as mitocôndrias tornavam-se completamente "imunes"
ao composto. "Esta foi a experiência decisiva. Não permite qualquer outra opção senão concluir que o resveratrol activa directamente a SIRT1 nas células",
diz Sinclair. Os investigadores pensam que o mecanismo de acção do resveratrol, quando ele se liga à SIRT1, é como se carregasse num "pedal acelerador",
tornando a SIRT1 hiperactiva. "A sirtuína tem um efeito regulador muito importante na função mitocondrial e este estudo vem retirar qualquer dúvida acerca
da activação directa da SIRT1 pelo resveratrol", disse ao PÚBLICO Anabela Rolo, da Universidade de Aveiro, também co-autora do trabalho, juntamente com
Ana Gomes (neste momento a trabalhar no laboratório de Sinclair). O interesse específico destas investigadoras - que colaboram há vários anos com a equipa
norte-americana - é a regulação mitocondrial. A sua participação teve por isso a ver com a avaliação, nas culturas celulares, das consequências funcionais,
ao nível das mitocôndrias, da mutação da SIRT1. "Agora, torna-se possível sintetizar compostos mais eficazes, com um efeito terapêutico mais acentuado",
diz-nos Anabela Rolo. Aliás, já estão a decorrer ensaios clínicos de vários compostos desenvolvidos pela Sirtris - mas ainda não há data marcada para uma
eventual comercialização.”
Fonte:


Retirado de:

domingo, 3 de março de 2013

Dias de Chuva



Ana Andrade

Como hoje está um tremendo dia de chuva, apeteceu-me reflectir sobre o tema…

Quem gosta de um dia de chuva? Quem não gosta de um dia de chuva? Quem gosta e, simultaneamente, não gosta de um dia de chuva?

Se não for em demasia e se não tiver de sair de casa, até gosto de um dia de chuva. Sabe tão bem estar no quentinho dos cobertores a ouvir a chuva lá fora … Porque afinal de contas, o que faz uma pessoa num dia de chuva? Boa pergunta, não é? O melhor a fazer é ficar em casa a ver TV, a ler um livro ou a navegar na internet, quem sabe a vislumbrar paisagens de países que se encontrem na estação do ano oposta, para quem não goste de chuva, claro está…

Um dia de chuva pode revelar-se nostálgico, pelo menos isso acontece comigo… porque à minha memória surgem vivências da minha infância, quando eu e a minha irmã passávamos, justamente os dias de chuva, a brincar com as bonecas, a recriar tantas histórias de vidas. A imaginação não tinha limites e lá fora a chuva caía…

Mas se tenho de sair de casa um dia de chuva torna-se a antítese de tudo isto. Detesto andar de guarda-chuva, porque nas ruas os guarda-chuvas atropelam-se uns aos outros com muita facilidade. E detesto mais ainda ficar molhada por apanhar com os respingos dos carros que passam nas estradas.

É engraçado como um dia de chuva pode adquirir tantos significados.