segunda-feira, 17 de junho de 2013

Dia de Exame de Português: Uns Alunos Realizaram, Outros Não



Ana Andrade


São precisamente 10h36, e a esta hora alguns alunos estão a realizar o exame de português, contudo e lamentavelmente, outros alunos não estão a realizar a prova. Tudo por uma greve marcada antes mesmo de ser negociada.
Acabei de ver na televisão alguma revolta por alguns alunos estarem a fazer a prova e outros não. Pois bem, era bom que a revolta tivesse saído em massa perante a marcação da greve… é realmente de lamentar que nem todos estejam a fazer o exame, mas também é de lamentar que os sindicatos dos professores não tivessem pensado nisso antes, em vez de batalharem no objetivo de verem a prova adiada para dia 20. Então porque não adiaram antes a greve? Talvez causasse menos transtorno aos alunos que estudaram e que tem mais provas para realizar.
Não, nem sindicatos nem professores pensaram nos alunos.
Resta esperar pelos próximos capítulos desta saga…

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Complemento ao post anterior



Ana Andrade

Hoje encontrei no blog (Tempo Caminhado), este artigo de opinião que me parece esclarecedor e que serve de complemento à minha modesta opinião aqui veiculada no post anterior.


“Uma greve grave

Carlos Fiolhais -
Professor Catedrático de  Física na Universidade
 de Coimbra

Certas greves são usadas como feitiços e, nesse caso, os dirigentes sindicais portam-se como feiticeiros. Os dirigentes dos sindicatos dos professores estão a usar a greve como feitiços para esconjurar ameaças à “classe docente”. Mas pode bem ser que o feitiço se vire contra os feiticeiros.(…)Uma greve aos exames nacionais feita por professores já é grave, pois os alunos não podem escolher outro sistema de exames e correm o risco de, com a continuação da greve e o fim do ano lectivo, perderem o ano. Na prática poderá ser uma retenção geral dos estudantes envolvidos.
Ao contrário das eleições autárquicas não parece haver limitação de mandatos nas eleições sindicais, pelo que os feiticeiros são sempre os mesmos. Mantêm-se nas direcções autênticos “dinossauros”, que não se lembram do que é uma aula ou uma avaliação. (…)Para eles, os exames são evitáveis. O que interessa são as “competências”, o “aprender a aprender”, o “menos é mais” e todo o palavreado oco que repetem. O que os move é, para além da perpetuação nos seus cargos, que os isentam de aulas, a ideologia uniformizadora e facilitista que ignora o mérito e, claro, o combate político pela supremacia das suas cores partidárias. Em boa verdade, não querem saber dos professores e muito menos dos alunos.
Desta vez não encontraram outro modo de protestar do que uma greve aos exames, que sabem trazer prejuízos directos, quiçá irreversíveis, às crianças e jovens.(…) Quaisquer que sejam as razões que invoquem, não se trata de valorizar os professores, mas sim de os diminuir perante os alunos e a sociedade. Ao dizerem que na educação não há e não deve haver serviços mínimos, estão objectivamente a desprezar o valor da educação de que eles deviam ser defensores.(…) a presente greve dos professores aos exames, da responsabilidade de dirigentes sindicais irresponsáveis, penaliza a escola pública em favor da privada e penaliza sobretudo menores de idade, que não têm direito a voto.(…) a profissão de professor é uma das mais nobres por ser portadora de futuro. Não acredito que os professores queiram prejudicar a vida dos seus alunos em circunstância alguma.(…)
Admito que haja professores de boa fé a querer fazer greve aos exames, mas não conseguem escapar às manipulações dos feiticeiros.Há males que vêm por bem. Pode ser que, cumprindo-se o ditado sobre o feitiço, surja uma Ordem dos Professores que valorize os princípios de ética profissional mais do que os sindicatos.
Não será difícil.
Carlos Fiolhais (jornal Público, 12 de Junho de 2013) Este texto foi-nos enviado via internet por José Manuel. Conforme o recebemos, assim o publicamos.  
Já agora, para quem se interessa por estes assuntos,  aconselha-se a leitura do artigo de José Manuel Fernandes, publicado no jornal Público de hoje (dia
14 de Junho), p.44.”

Retirado do blog:
(Tempo Caminhado)
 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A Greve Dos Professores Em Tempo De Exames



Ana Andrade

À longas semanas que o tema faz correr tinta em Portugal. Os professores convocaram uma greve para o dia 17 de Junho, dia do primeiro exame do secundário, o exame de Português. É verdade que o direito à greve é um direito cívico, não contexto, mas fazer greve no dia do exame de português? Onde fica o direito dos alunos?
Já ouvi algumas pessoas dizerem que os professores estão a lutar, também, pelos direitos dos alunos. Não, não estão sequer a pensar nos alunos, porque se pensassem, saberiam o quanto lhes custa estudar para um exame; saberiam o quanto se prepararam ao longo do ano; saberiam como esta incerteza lhes causa uma ansiedade completamente desnecessária. Não, os professores estão a pensar neles.
Esta é tão só a minha opinião, julgo que as pessoas tem de lutar pelas coisas em que acreditam, mas passar por cima de tudo e de todos para atingir, se é que vão mesmo atingir, os objectivos parece-me de mais.
Desejo que os exames se realizem normalmente, para bem dos alunos que são os menos culpados e que com esta greve podem ser os mais prejudicados.