domingo, 20 de fevereiro de 2011

Madeira Um Ano Depois

Ana Andrade

Foi à um ano que a tragédia bateu a porta da Madeira, e um ano depois do fatídico Sábado, vinte de Fevereiro, o Funchal continua a ter o brilho de sempre, apesar das marcas da tragédia ainda estarem presentes. Não me refiro só a todos os detritos que, naquela manhã as águas das ribeiras arrastaram com violência para a baixa da cidade, e que agora fazem parte da paisagem da baía funchalense; até se saber o que vai mesmo acontecer com eles, se das pedras que evadiram a capital madeirense vai nascer uma nova orla marítima, ou se vão para outro sítio qualquer; o facto é que esses detritos estão lá, e são, seguramente a marca mais viva e presente da tragédia.
Outras marcas existem, principalmente marcas psicológicas. Há madeirenses que vivem com medo da chuva, a ansiedade apodera-se de todos aqueles que sofreram directamente com a tragédia do ano passado. É impossível esquecer tudo o que se passou naquela manhã, mas a verdade é que a vida tem de continuar, e não pudemos, nem devemos viver em função das previsões meteorológicas.
Quanto à reconstrução, caminha lentamente, até porque, pelo que se sabe, o dinheiro prometido pela União Europeia, ainda não foi desbloqueado, além disso estão a ser feitos estudos para que as casas destruídas sejam reconstruídas em segurança, uma vez que muitas delas estavam construídas de forma ilegal. Ainda à muito para fazer, mas com o tempo e com dinheiro, tudo há-de voltar ao normal, ou pelo menos ao mais normal possível.
Números oficiais dizem que da tragédia resultaram quarenta e oito mortos, seis dos quais nunca foram encontrados.
Mas se é impossível esquecer a tragédia, também é impossível esquecer a solidariedade que apareceu de muitos lados, anónimos e empresas ajudaram de várias formas. Por esses dias os Madeirenses, e não só, deram o verdadeiro sentido às palavras – a união faz a força.
Depois do aluvião, o turismo sofreu uma quebra, mas segundo dados recentes está a recuperar aos poucos. Por isso deixo aqui um apelo, não deixem de vir à Madeira, não deixem de visitar a pérola do Atlântico, a Madeira precisa do turismo para seguir em frente.

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