Ana Andrade
No passado dia 19 de Janeiro, Daniel, de 18 meses,
desapareceu da casa de familiares durante um almoço de família, no concelho da
Calheta, Madeira.
As autoridades competentes iniciaram buscas a fim de
localizarem a criança, que seguramente sozinha não teria ido longe. Nesse
âmbito foram lançados alertas aos portos e aeroportos a fim de evitar que a
criança pudesse sair da ilha.
Três dias depois do desaparecimento, no dia 22, a criança
foi encontrada a dois quilómetros da casa de onde desapareceu. O menino
apresentava sinais de hipotermia, mas por outro lado apresentava valores normais
de glicémia o que significa que não estava a muitas horas sem comer. Logo não
teria sido deixado naquele lugar a muito tempo.
Uma vez que a criança apareceu, sobraram as questões: o que
terá, afinal, acontecido? quem terá levado a criança? Terá a pessoa se sentido encurralada
com a vigilância nos portos e aeroportos e resolveu deixar o menino próximo da
casa? Seria alguém próximo da família? Demasiadas perguntas que cabe às
autoridades competentes procurarem as respostas, ainda que poderá ser como
procurar uma agulha num palheiro.
Mas o que me leva a escrever este post é uma situação caricata
da parte dos pais que me leva a concluir que estes só podem ser inconsequentes. Se não vejamos. O
Marítimo decidiu endereçar um convite ao Daniel e aos seus pais para irem
assistir ao jogo entre o Marítimo e o FC Porto. E aqui surge a primeira
questão: O que raio vai uma criança de 18 meses fazer para um jogo de futebol?
Sabendo de tal convite, a comissão de proteção de menores recomendou
aos pais do menino que não expusessem o filho, ou seja, que não fossem ao jogo.
Pois, seria talvez o mais sensato a fazer, visto que ainda
não se sabe realmente o que aconteceu. Contudo, os pais do Daniel ignoraram as recomendações
e foram com o filho aos Barreiros.
E agora eu pergunto: ir ao futebol fez o Daniel ser mais
feliz? Não teria sido mais útil o Marítimo arranjar outra forma de ser mais
útil a esta criança e a sua família? Ah não, foi útil para os pais que pelos
vistos não se importaram de expor o filho para irem ao futebol.
Bem fez o Pingo doce que foi levar alimentos à família que
vive na miséria. Isso sim, uma ajuda certa e necessária.
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