terça-feira, 28 de agosto de 2012

O Que Pensar Disto?

Ana Andrade

Recebi o link desta crónica de Margarida Rebelo Pinto Através do facebook. Segundo sei, a mesma está a gerar alguma polémica. Não, a crónica não é atual. Sim, causa, no mínimo, alguma estranheza. Não, eu não concordo com o que está escrito. Não, eu não consigo perceber, ao certo, o sentido das linhas que passo a reproduzir.

“As gordinhas e as outras

17 de Setembro, 2010por Margarida Rebelo Pinto

Serve esta crónica para retratar e comentar um certo elemento que existe frequentemente em grupos masculinos e que responde pelo nome genérico de ‘Gordinha’

A Gordinha é aquela amigalhaça companheirona que desde o liceu cultivava o estilo maria-rapaz, era espertalhona e bem-disposta, cheia de energia e de ideias, sempre pronta para dizer asneiras e alinhar com a malta em programas. Ora acontece que a Gordinha é geralmente gorda e sem formas, tornando-se aos olhos masculinos pouco apetecível, a não ser em noites longas regadas a mais de sete vodkas, nas quais o desespero comanda o sistema hormonal, transformando qualquer bisonte numa mulher sexy, mesmo que seja uma peixeira com bigode do Mercado da Ribeira.

A Gordinha é porreira, é fixe, é divertida, quer sempre ir a todo o lado e está sempre bem-disposta, portanto a Gordinha torna-se uma espécie de mascote do grupo que todos protegem, porque, no fundo, todos têm um bocado de pena dela e alguns até uma grande dose de remorsos por já se terem metido com a mesma nas supracitadas funestas circunstâncias. E é assim que a Gordinha acaba por se tornar muito popular, até porque, como quase nunca consegue arranjar namorado, está sempre muito disponível para os mais variados programas, nem que seja ir comer um bife à Portugália e depois ao cinema.

À partida, não tenho nada contra as Gordinhas, mas irrita-me que gozem de um estatuto especial entre os homens. Às Gordinhas tudo é permitido: podem dizer palavrões, falar de sexo à mesa, apanhar grandes bebedeiras e consumir outras substâncias igualmente propícias a estados de euforia, podem inclusive fazer chichi de pernas abertas num beco do Bairro Alto porque como são ‘do grupo’ toda a gente acha muita graça e ninguém condena.

Agora vamos lá ver o que acontece se uma miúda gira faz alguma dessas coisas sem que surja logo um inquisidor de serviço a apontar o dedo para lhe chamar leviana, ordinária, desavergonhada e até mesmo porca. Uma miúda gira não tem direito a esse tipo de comportamentos porque não é one of the guys: é uma mulher e, consequentemente, deve comportar-se como tal. E o que mais me irrita é quando as Gordinhas apontam também elas o dedo às giras, quando estas se comportam de forma semelhante a elas.

Ser gira dá trabalho e requer alguma diplomacia. Que o digam as minhas amigas mais bonitas e boazonas que foram vendo a sua reputação ser sistematicamente denegrida por dois tipos de pessoas: os tipos que nunca as conseguiram levar para a cama e as gordas que teriam gostado de ter sido levadas para a cama por esses ou por outros. Uma mulher gira não pode falar alto nem dizer palavrões que lhe caem logo em cima. Já uma Gordinha pode dizer e fazer tudo o que lhe passar pela cabeça, porque conquistou um inexplicável estatuto de impunidade.

Porquê? Porque não é vista como uma mulher? Porque todos têm pena dela? E, já agora, porque é que quando uma mulher está/é gorda nunca ninguém lhe diz, mas quando está/é magra, ninguém se coíbe de comentar: «Estás tão magra!?»

Como dizia a Wallis Simpson: «Never too rich, never too slim». E quanto às Gordinhas, o melhor é arranjarem um namorado. Ou uma dieta. Ou as duas coisas.”

O que pensar disto? Qual a finalidade, sim porque tem de haver uma finalidade para estas linhas, mas qual? Mais uma vez digo que não concordo nem percebo a lógica de tão estranha crónica.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O Mundo da Fama

Ana Andrade

As luzes, as câmaras, os destaques nas capas de revistas, os convites para festas, o reconhecimento público, ou seja, o mundo da fama, atrai muita gente. Muitos procuram a fama através do seu talento e trabalho, outros procuram-na por outros meios; como por exemplo através de reality sshow. Alguns pretendem ser actores, outros modelos – se bem que actualmente não há grande distinção entre as duas coisas, uma vez que atores são modelos e visse versa.

Mas o mundo da fama não é perfeito e muitos não sabem lidar com tudo o que é inerente a ele. É que de repente deixam de ser simples anónimos para serem figuras públicas. Deparam-se, não poucas vezes, com notícias falsas sobre as suas vidas ou com evasões de privacidade naturalmente inconvenientes. Acredito que a vida de uma pessoa que passa do anonimato às luzes da ribalta deve mudar radicalmente. E, como referi anteriormente, muitos não sabem lidar com essa mudança. Então, não raras vezes, abrem-se as portas de outros mundos, como por exemplo o mundo das drogas ou do álcool. É verdade que também há muita gente que sabe lidar com a fama, com as mudanças que a mesma acarreta nas suas vidas e conseguem seguir em frente sem entrar em caminhos errados.

E tudo isto porquê? Porque na passada semana, ao passar pelos canais, deparei-me, no Você na TV, com a seguinte situação. Estava um psicólogo, julgo eu, a abordar o tema da fama e não só, com base em três casos diferentes.

A primeira situação é a recente tentativa de suicídio do actor Hugo Sequeira. Neste caso, não se trata de não saber lidar com a fama, mas sim, aparentemente, de uma depressão. Nos últimos tempos o actor não tem participado em projectos televisivos, para além do que, pelo que percebi, ter falhado um projecto, creio de formação de actores em que Hugo Sequeira estava envolvido e o actor enfrenta um processo de divórcio. Perante a iminente separação do filho, Hugo Sequeira ficou descompensado e parece ter sido essa a gota de água que o fez atirar-se de um segundo andar.

O segundo caso abordado, foi a tentativa de suicídio de Zé Maria, o vencedor do primeiro Big Brother. Neste caso, parece que Zé Maria aliou-se as pessoas erradas, além de não saber lidar com a falta de convites para trabalhos e não só.

E, finalmente, o terceiro caso foi o suicídio de um actor, que já não me lembro do nome, em 2007. Este atirou-se de uma janela de um hospital.

Estes três casos, cada um à sua maneira, mostram o outro lado do mundo da fama. É que lá por uma pessoa ser famosa não deixa de ter problemas. E a fama não dura para sempre, há um dia em que deixam de aparecer os convites para trabalhos, para festas, para programas de televisão e, consequentemente, deixam de aparecer nas revistas. Então é o voltar a trás, da fama ao anonimato.

Volto a repetir que há pessoas que lidam bem com as mudanças, quer do anonimato para a fama, quer da fama para o anonimato, mas para tal é necessário ter uma personalidade forte e uma boa estrutura psicológica.

Em suma, as luzes, as câmaras, os destaques nas capas de revistas, os convites para festas, o reconhecimento público, ou seja, o mundo da fama nem sempre são um mar de rosas.