quarta-feira, 29 de junho de 2011

Há Pequenos Gestos Que Fazem a Diferença

Ana Andrade

Todos nós já ouvimos falar da importância do uso do cinto de segurança em qualquer automóvel, mas muitas vezes não o colocamos, e ao tomar a decisão de não colocar o cinto de segurança não percebemos que estamos a fazer algo de grave. Não, não estou a falar da possibilidade de apanhar uma multa, até porque esse é o menor dos males, estou a falar da gravidade de não conseguir salvar a vida em caso de embate justamente por não usar o cinto, quer nos bancos da frente, quer nos bancos de trás.

Todos os dias no mundo acontecem acidentes de viação, e quantas pessoas morrem porque simplesmente não estavam a usar o cinto de segurança? Pois, não pensamos nestas coisas, não é? Mas são muitas. Infelizmente quando uma pessoa famosa sofre um grave acidente é que percebemos que há coisas que acontecem e não nos apercebemos do quanto são importantes. Não percebemos que o simples gesto de entrar no carro e colocar o cinto de segurança pode ser algo bem valioso.

Pois bem, o acidente do actor, cantor e modelo Angélico Vieira, que infelizmente ontem faleceu, veio realçar a importância do cinto, pois no momento do embate os dois ocupantes que seguiam no banco de trás do automóvel que Angélico conduzia; uma delas permanece internada com prognóstico muito reservado e outra faleceu na hora; não usavam o cinto de segurança, o outro ocupante do veículo, que seguia ao lado do condutor, usava o cinto e sofreu apenas ferimentos ligeiros. Hoje soube-se, que ao contrário da informação que a GNR transmitiu, Angélico Vieira trazia o cinto de segurança colocado.

Infelizmente o actor, cantor e modelo não resistiu aos ferimentos causados pelo embate, mas infelizmente, este acontecimento serve para alertar as pessoas que usar o cinto, quer nos bancos da frente, quer nos bancos de trás, não é simplesmente um capricho da lei, é sim uma forma de salvar a vida. Por isso é preciso recordar que há pequenos gestos que podem fazer a diferença e usar o cinto de segurança é um desses pequenos gestos.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Para Reflectir

Ana Andrade

A já algum tempo que recebi este texto por e-mail, e pareceu-me um bom texto para reflectir, por isso hoje decidi partilhar aqui.

“Muitas pessoas têm um amante, e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente são estas últimas que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia, pessimismo, crises de choro, ou as mais diversas dores. Elas contam-me que as suas vidas correm de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança. Antes de me contarem tudo isto, já tinham estado noutros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão"... além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, depois de as ouvir atentamente, eu digo-lhes que elas não precisam de nenhum anti-depressivo. Digo-lhes que o que elas precisam é de um Amante!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem o meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa destas?!". Há também as que, chocadas e escandalizadas, despedem-se e não voltam nunca mais. Às que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico-lhes o seguinte: Amante é "aquilo que nos apaixona". É o que toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos, e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso Amante é o que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida. Às vezes encontramos o nosso amante no nosso parceiro, outras vezes, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na necessidade de nos transcendermos espiritualmente, numa boa refeição, no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso passatempo preferido...

Enfim, Amante é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir vivendo". E o que é "ir vivendo"? "Ir vivendo" é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem, é o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastarmo-nos do que é gratificante, observar decepcionados cada ruga nova que o espelho nos mostra, é aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol ou com a chuva. "Ir vivendo" é adiar a possibilidade de viver o hoje, fingindo contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.

Por favor, não se contentem com "ir vivendo". Procurem um amante, sejam também um amante e um protagonista da vossa vida… Acreditem que o trágico não é morrer, porque afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver, por isso, e sem mais delongas, procurem um amante.

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental: "Para se estar satisfeito, activo, e sentirem-se jovens e felizes, é preciso namorar a vida".

Texto: Dr. Jorge Bucay

Livro: "Hay que buscarse un Amante””